Situada no sopé da montanha, terra de extremos no clima e rodeada de beleza natural ímpar. Sou natural de Coimbra (com um enorme orgulho), mas sempre vivi em Seia. Agora, devido a compromissos profissionais e académicos, passo lá cada vez menos tempo.
Recentemente comprei casa noutra cidade e tive de mudar a minha residência fiscal. Sou, portanto, cada vez menos senense.
Todas as terras do interior têm os seus problemas, regra geral relacionados com finanças públicas, privadas, desemprego e o consequente fantasma da desertificação. Além destes, Seia tem outros: falta apoio, ambição, dinamismo, visão e energia.
Basta sairmos à rua e falar com as pessoas para sentir que o desânimo é geral. Comerciantes, industriais, funcionários públicos e privados, jovens, adultos, idosos, homens e mulheres. O discurso é o mesmo.
Sempre ouvi dizer que uma terra é feita pelas suas gentes. Não vale a pena culpar uma cidade, os seus edifícios e monumentos. Não é o edifício da Câmara Municipal nem as infra-estruturas das empresas que não não são dinâmicos. Volto a frisar que os imóveis não têm culpa de nada. São as pessoas que imprimem o ritmo. O dinamismo é uma qualidade do ser humano.
Seia não evoluiu, não acompanhou o progresso nas áreas onde tinha potencial e as suas gentes, fechadas num casulo, nunca chegaram, verdadeiramente, ao século XXI. Seia não é cosmopolita, é uma cidade beirã, e acho bem que o seja. Já que perderam quase tudo, resta a identidade própria. Para o bem... e para o mal.
Alheados de tudo o que é importante, muitos senenses voltaram as suas atenções para a intriga, inveja e demagogia. Ouve-se isso nos cafés, bares, lojas e outros locais que não convém referir. E, imagine-se, cada vez mais pelos jovens. Não posso generalizar, seria insensato, mas a verdade é que a vida alheia tornou-se mais importante do que a própria vida. O diz que disse, a maledicência e a falta de carácter são um vírus perigoso.
Seia não cresceu, é uma terra pequena em todos os sentidos. As pessoas vivem cada vez mais de aparências. Não há visão. Existe medo.
Gostava de dizer que tenho orgulho em ser senense, mas não é verdade. Cada vez menos me identifico com grande parte das pessoas que vivem naquele lugar esquecido e parado no tempo.
Recentemente comprei casa noutra cidade e tive de mudar a minha residência fiscal. Sou, portanto, cada vez menos senense.
Todas as terras do interior têm os seus problemas, regra geral relacionados com finanças públicas, privadas, desemprego e o consequente fantasma da desertificação. Além destes, Seia tem outros: falta apoio, ambição, dinamismo, visão e energia.
Basta sairmos à rua e falar com as pessoas para sentir que o desânimo é geral. Comerciantes, industriais, funcionários públicos e privados, jovens, adultos, idosos, homens e mulheres. O discurso é o mesmo.
Sempre ouvi dizer que uma terra é feita pelas suas gentes. Não vale a pena culpar uma cidade, os seus edifícios e monumentos. Não é o edifício da Câmara Municipal nem as infra-estruturas das empresas que não não são dinâmicos. Volto a frisar que os imóveis não têm culpa de nada. São as pessoas que imprimem o ritmo. O dinamismo é uma qualidade do ser humano.
Seia não evoluiu, não acompanhou o progresso nas áreas onde tinha potencial e as suas gentes, fechadas num casulo, nunca chegaram, verdadeiramente, ao século XXI. Seia não é cosmopolita, é uma cidade beirã, e acho bem que o seja. Já que perderam quase tudo, resta a identidade própria. Para o bem... e para o mal.
Alheados de tudo o que é importante, muitos senenses voltaram as suas atenções para a intriga, inveja e demagogia. Ouve-se isso nos cafés, bares, lojas e outros locais que não convém referir. E, imagine-se, cada vez mais pelos jovens. Não posso generalizar, seria insensato, mas a verdade é que a vida alheia tornou-se mais importante do que a própria vida. O diz que disse, a maledicência e a falta de carácter são um vírus perigoso.
Seia não cresceu, é uma terra pequena em todos os sentidos. As pessoas vivem cada vez mais de aparências. Não há visão. Existe medo.
Gostava de dizer que tenho orgulho em ser senense, mas não é verdade. Cada vez menos me identifico com grande parte das pessoas que vivem naquele lugar esquecido e parado no tempo.
2 comentários:
Gostei muito deste teu post. Muito bem escrito. Muito claro. Muito teu. Deixaste-me com vontade de escrever sobre a minha praia, sobre a arte xávega, os palheiros típicos, as dunas, o sossego e o enrolas das ondas.
“Nem modo nem modelo, o desenvolvimento local é uma dinâmica que põe em evidência a eficácia das relações não exclusivamente de mercado entre os homens para valorizar as riquezas que dispõe”. (Bérnard Pecqueur, 1989).
“O desenvolvimento local é o processo de diversificação e de enriquecimento das actividades económicas e sociais sobre um território a partir da mobilização e da coordenação dos seus recursos e da sua energia”. (Greffe, 1984).
“O desenvolvimento local é a expressão da solidariedade local criadora de novas relações sociais e manifesta a vontade dos habitantes de uma micro-região e valoriza as riquezas locais, o que é criador de desenvolvimento económico”. (Guigou, 1983).
Ignorância, prepotência, nepotismo, incompetência, irresponsabilidades são as palavras certas para esta cambada de #%$&=*....Olha que eu, um dia, agarro num pau e viro-me a eles.
Muito bom o post ;)
abraço e continua!
Vítor Hugo Mendes
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